8 de nov. de 2017

Caridade e protagonismo social

"Nossa resposta de amor também não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados, o que poderia constituir uma 'caridade por receita', uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus (cf. Lc 4, 43); trata-se de amar a Deus, que reina no mundo. Na medida em que Ele conseguir reinar entre nós, a vida social será um espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos" (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, n. 180).

A caridade é promotora da dignidade humana à medida em que é ação transformadora. Não se trata de atender apenas emergências - o que é extremamente necessário -, mas de promover processos de melhoria total da vida humana. É tornar protagonista e sujeito aquele que apenas precisa de uma oportunidade. 
Não se pode deixar de fazer a caridade que atende as necessidades básicas humanas como alimentação, medicação, vestuário... mas a doação e cuidado da vida humana deve ir além, é preciso ver a pessoa integral, acreditar na sua capacidade de resiliência e criar espaços de educação para a cidadania, aprimoramento profissional, educação de valores, economia, entre outras tantas áreas que contemplam o desenvolvimento biopsíquico e social do ser humano. Caridade no Reino de Deus vê no outro aquele Santuário de Deus, Templo do Espírito Santo, tão eloquentemente menciona: "Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?" (ICor 6,19). 

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