"A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros ordenados. Cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja. Embora não suficiente, pode-se contar com um numeroso laicado, dotado de um arreigado sentido de comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da caridade, da catequese, da celebração da fé. Mas, a tomada de consciência desta responsabilidade laical que nasce do Batismo e da Confirmação não se manifesta de igual modo em toda a parte; em alguns casos, porque não se formaram para assumir responsabilidades importantes, em outros por não encontrar espaço nas suas Igrejas particulares para poderem exprimir-se e agir por causa dum excessivo clericalismo que os mantém à margem das decisões. Apesar de se notar uma maior participação de muitos nos ministérios laicais, este compromisso não se reflete na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e econômico; limita-se muitas vezes às tarefas no seio da Igreja, sem um empenhamento real pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, n. 102)
Sim, cresceu a conscientização sobre a Igreja, cujos leigos são membros plenos e convidados a assumir responsabilidades. Mas não basta reconhecer seu papel na Igreja, é preciso preparar-se devidamente para este fim. Leigos não preparados são bons para assumir toda a forma de responsabilidade pelas estruturas da paróquia, fazer pastel, fazer show de prêmios, mas isto é tudo? Por mais importante que sejam as atividades e o engajamento pela manutenção da comunidade paroquial, o centro é o anúncio do Evangelho. Anúncio que se dá na vida paroquial através de catequeses e outros momentos próprios, porém também e, sobretudo, pelo testemunho na sociedade. Este é o grande desafio! O que faz de países majoritariamente cristãos estarem mergulhados na corrupção e propagação de uma cultura de morte? Não basta adesão ao pároco ou algum líder da comunidade através de inúmeras formas de agrados... isto não passa de carência afetiva. A adesão é a Cristo! Uma adesão exigente. As exigências implicam em muita dedicação abnegada e conversão cotidiana. É um abraçar da cruz, é crer profundamente em Deus, mas também dispor-se a cumprir sua vontade quando ela não está alinhada aos desejos e expectativas próprios. O Evangelho na vida cotidiana é, sobretudo, coerência com a Palavra. E o que ensinou Jesus? Defendeu a vida em todas as circunstâncias, chamou os pequenos do Reino para se aproximarem dele, desconcertou os "santinhos" da comunidade ao romper os preceitos discriminatórios... Eis o desafio dos leigos: preparar-se e lançar-se em todos os ambientes como sal, luz e fermento!
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