"Quando mais precisamos dum dinamismo missionário que leve sal e luz ao mundo, muitos leigos temem que alguém os convide a realizar alguma tarefa apostólica e procuram fugir de qualquer compromisso que lhes possa roubar o tempo livre. Hoje, por exemplo, tornou-se muito difícil nas paróquias conseguir catequistas que estejam preparados e perseverem no seu dever por vários anos. Mas algo parecido acontece com os sacerdotes que se preocupam obsessivamente com o seu tempo pessoal. Isto, muitas vezes, fica-se a dever a que as pessoas sentem imperiosamente necessidade de preservar os seus espaços de autonomia, como se uma tarefa de evangelização fosse um veneno perigoso e não uma resposta alegre ao amor de Deus que nos convoca para a missão e nos torna completos e fecundos. Alguns resistem a provar até ao fundo o gosto da missão e acabam mergulhados numa acédia paralisadora. (Papa Francisco, Evangelii Gaudium n. 81)
O temor do convite, porque o Reino de Deus é exigente. Os atrativos para preservar o tempo para si mesmo são muitos. Há opções demais, é só pensar nas possibilidades tecnológicas que ocupam tempo quase sem perceber, a dedicação excessiva (não em justa medida) pelo cultivo do corpo. Bem, se o tempo a ser dedicado ao Reino de Deus, ao ser missionário, for o tempo ocioso, esqueça! O tempo para o Reino deve ser o tempo precioso. Aquele tempo que é preciso reservar de forma criativa e que, em grande parte, exige alguma renúncia. É o tempo precioso bem pensado para o Reino. Um tempo precioso para olhar e se dedicar aos pobres do Reino.
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