23 de abr. de 2017

A gororoba está pronta!!!

Ora estamos nos digladiando, entre dois extremos, na mais autêntica cegueira ideológica, ora nem sabemos o que identifica exatamente uma e outra corrente, mergulhando numa verdadeira gororoba política. Ofendemo-nos reciprocamente, difamando o outro como aquele que carece de inteligência para pensar como nós próprios pensamos. Assim se lança ao lixo aquilo que nos deveria unir, proteger e garantir nosso direito de pensar, decidir livremente em todas as dimensões da vida.
Para dar corpo a uma fundamentação sem fundamento, usam-se, de modo ilegal, imagens e discursos de personalidades de impacto social falsificados e, quando a verdade vem à tona, não se faz nenhum esforço para remendar o estrago feito.
Atiram-se pedras contra quem levanta o tapete e descobre a podridão da corrupção - não interessa aqui seus acertos e erro - para proteger os corruptos. 
Usam-se os discursos bem articulados sobre os pobres para cegar a sociedade inteira na boa fé de que algum dia tivemos políticos honestos e verdadeiramente preocupados com os pobres. E cegos por esta farsa, ela se tornou incapaz de promover a autocrítica, o que vale mesmo é detonar o diferente. Fala-se sobre os pobres, e isto é caro, ou alguém tem 50.000,00 para jogar aos ares, em vez de se identificar-se com eles, subir o morro, tentar viver com salário mínimo para cinco pessoas, durante um mês que seja.
Defendemos ideologias - tanto um extremo como outro - que já deram provas suficientes mundo afora de serem verdadeiras aberrações no desrespeito à dignidade humana. Já esquecemos que países muito devotados aos pobres na publicidade do mundo, na verdade, escondiam verdadeiros impérios subterrâneos a serviço dos bem afamados articuladores do bom discurso sobre os pobres. 
Há dois problemas: uma sociedade sem ética e fala-se sobre os pobres e não com os pobres e muito menos ainda, deixa-se falar os pobres e, consequentemente se escuta os pobres. Mas como ganhar dinheiro usando os pobres como instrumento se eles aprenderem a pensar e falar?

Com as evidências, que tal cada qual pedir perdão por cada pessoa que ofendeu só por não estar do seu lado? Afinal, ninguém pode impor ao outro que tenha pessoas ou sistemas de corrupção de estimação!
 

12 de abr. de 2017

Thanatos: eutanásia, distanásia, mistanásia, ortotanásia, o que isso?

Thanatos, na mitologia grega, significa morte. O termo deu origem aos neologismos próprios do fim da vida. Thanatos também deu origem ao termo que define os estudos científicos sobre a morte: a tanatologia. Também deste termo surgiram as palavras com sufixo tanásia (de Thanatos) que especificam de forma precisa as diferentes condições do fim da vida. 
Com os avanços tecnológicos, lidar com o fim da vida tornou-se mais uma questão de decisão do que de destino.
Iniciamos pelo termo mais conhecido, a eutanásia, usado por Francis Bacon, em sua obra Historia vitae et mortis, 1623, com o significado de boa morte. Boa morte significando intervenção para abreviar a vida, caso viver signifique desconforto e sofrimentos.
Hoje classifica-se a eutanásia em algumas categorias distintas de acordo com o procedimento adotado:
·         Ativa: ação com intenção direta de provocar a morte;
·         Passiva: morte decorrente de omissão intencional;
·         Duplo efeito: morte como efeito colateral de uma ação com a intenção de amenizar o sofrimento.
O duplo efeito, quando garantida a intenção do bem-estar do paciente e está excluída a intenção de provocar a morte, sendo esta apenas uma consequência natural, a Igreja Católica considera admissível. Daí o cuidado preliminar de esclarecer a situação, averiguar as reais intenções e conhecer profundamente o significado das terminologias próprias do fim da vida. É admissível, porque não é eutanásia e, sim, um procedimento próprio dos cuidados paliativos.   
A possibilidade de prolongar, isto é, distancia a morte, denomina-se de distanásia
O termo foi usado por Georges Morache, Naissance et Mort, Paris, 1904. A distanásia se dá pelo uso desproporcional de terapêuticas e biotecnologias, ou seja, a “obstinação terapêutica”. Usam-se meios terapêuticos, mesmo após ser constatada a morte irreversível e iminente. Os pacientes geralmente passam longos períodos em Centros de Tratamento Intensivo, sendo mantidos os sinais vitais através de tecnologias complexas e onerosas em todos os sentidos. Os cuidados clínicos não têm mais efeito terapêutico. A dificuldade de aceitar a finitude da vida por parte dos profissionais de saúde, preparados para curar e não tanto para cuidar, e dos familiares ou responsáveis, que não sabem lidar com uma possível perda de um ente querido, muitas vezes apenas prolonga o sofrimento dos pacientes uma vez que o ambiente de um CTI não permite os mesmos vínculos com os familiares do que um outro ambiente no hospital ou, inclusive, em casa.  É preciso assegurar: usar todos os meios terapêuticos disponíveis desde que haja condições para que produzam efeito positivo e não se tornem apenas processos de distanciar a morte.
Outro termo da área, bastante desconhecido, é mistanásia, ou seja, a eutanásia social ou morte triste. O termo foi exposto de forma clara por Leonard Martin, Introdução à Bioética, (1998). Trata-se da morte prematura em função de omissão de socorro, erro médico, imprudência, negligência.  O tratamento está disponível, mas alguns fatores impedem que o paciente tenha acesso a ele. Geralmente são de ordem socioeconômica, deficiências nos sistemas públicos de saúde bem como da qualidade dos profissionais envolvidos na assistência. Neste último caso, existe uma responsabilidade marcante desde a formação dos novos médicos e sua habilidade de prestar assistência qualificada e humanizada e sua postura moral e ética.
Se tanto a eutanásia, distanásia e mistanásia são moralmente inadmissíveis, segundo o ensinamento do Magistério, temos de falar de ortotanásia, ou seja, da morte natural. “A interrupção de procedimentos médicos onerosos, perigosos, extraordinários ou desproporcionais aos resultados esperados pode ser legítima É a rejeição da ‘obstinação terapêutica’. Não se quer dessa maneira provocar a morte; aceita-se não poder impedi-la” (CIC n. 2.278). O legítimo é investir em terapêuticas enquanto há possibilidade de efeito desejado, porém, quando da sua impossibilidade, aceita-se a morte como processo inerente à própria vida. As decisões sobre a forma de cuidado terapêutico ou não, no entanto, devem ser tomadas com o consentimento do paciente ou seu representante legal.  Aqui não se pode esquecer a magnífica encíclica viva de S. João Paulo II. Numa frase, na verdade suas útlimas palavras, ele selou o pensamento da Igreja sobre a morte: “Deixem-me ir para a Casa do Pai! Algumas pessoas não acostumadas com uma relação tão natural com a morte, fizeram duras críticas quanto a esta postura de S. João Paulo II, sugerindo, inclusive, que poderia ser eutanásia. Mas a esperança cristã nos coloca diante da morte como passagem, chegada a hora, sabemos que devemos aceita-la não como um fim, mas como sentido último da nossa própria vida na história.
 Cicely Saunders (1918-2005), ao se deparar com pacientes em fase terminal, ela constatou: mesmo aqueles que desejavam a eutanásia, depois de receber atendimento humanizado, encontraram um novo sentido para esta fase e condição de vida. Em 1967, ela fundou o Hospice St. Christopher. Hospice, uma palavra inglesa, é não só um lugar, mas também uma filosofia do cuidado para a humanização do fim da vida, ou seja, cuidados paliativos. A ideia central é o cuidado e conforto físico, psíquico e espiritual, o apoio aos familiares e cuidadores. A espiritualidade que, de maneira única, é uma relevante dimensão capaz de garantir sentido de vida em condições difíceis como é a experiência da finitude. Nesta fase, é importante assegurar ao doente os laços sociais, o lazer adaptado às suas condições, comunicação, autonomia, assistência espiritual segundo sua profissão de fé (no caso dos católicos, a recepção dos sacramentos).
Sobre os cuidados paliativos, a Igreja ensina:  "Os cuidados paliativos constituem uma forma privilegiada de caridade desinteressada. Por essa razão, devem ser encorajados“ (CIC n. 2.279)
É especialmente neste tempo de cuidados paliativos que a pessoa se ocupa com a morte. Para cada caso, existe um delicado processo de assimilar a comunicação da de morte iminente. Elizabeth Kübler Ross (1926-2004), em 1969, escreveu um livro conclusivo de sua experiência junto a pessoas diante da morte próxima. Na publicação, On death and dying (Sobre a morte e o morrer), ela expõe alguns passos que antecedem à morte. Assumimos aqui as diferentes manifestações da pessoa, porém, a ordem e a intensidade e entendida como algo muito pessoal. Isto porque pode haver avanços e recaídas. 1. Negação; 2. Raiva; 3. Barganha; 4. Depressão; 5. Aceitação. No livro acima citado, lemos:
Negação:
“Não, eu não, não pode ser verdade!” (p. 51)
Raiva:
“Não, não é verdade, isso não pode acontecer comigo!” (p. 63)
Barganha:
 “Se Deus decidiu levar-me deste mundo e não atendeu meus apelos cheios de ira, talvez seja mais condescendente se eu apelar com calma“ (p. 95)
Depressão:
“Estou tão triste, me sinto sozinho, me deixem em paz!”
Aceitação:
“Não tem mais o que fazer, vou me preparar!” (Disposto a resolver questões pendentes).

O sentido cristão da morte

O paradigma da unitotalidade da pessoa, ou seja, da pessoa integral, sem dicotomia corpo e alma, implica num modo próprio de lidar com a morte e a realização de ritos próprios. “Graças a Cristo, a morte cristã tem um significado positivo. (...) ‘Para os que creem em vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se transforma’” (Congregação para a Doutrina da Fé, 2016, n. 2).
Todo o rito fúnebre religioso está voltado à fé na ressurreição e o respeito pela dignidade do corpo: “A grande dignidade do corpo humano como parte integrante da pessoa da qual o corpo partilha a história”. (Congregação para a Doutrina da Fé, 2016, n. 3).
Vislumbrando possibilidades sempre mais concretas de vida longa e ao mesmo tempo com dificuldade de lidar com condições não superáveis, desenvolveu-se nos últimos anos uma série de procedimentos para mascarar a morte. A necromaquiagem disfarça de tal maneira a real condição do corpo, que os sinais próprios de morte ficam mascaradas. Este cuidado excessivo, na verdade, revela a dificuldade de se confrontar com a finitude.
Um ponto relevante sobre o cuidado do corpo, ou melhor, seu repouso eterno é a questão da cremação.  “A Igreja não vê razões doutrinais para impedir tal práxis”, porém, a preservação das cinzas deve ser em lugar sagrado (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, 2016, n. 4).



Bibliografia

CATECISMO da Igreja Católica. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Loyola, 1999.

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ. Declaração sobre a Eutanásia. Disponível em: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19800505_euthanasia_po.html. Acesso em: 20 mar. 2017.

 ______Instrução Ad resurgendum cum Christo a propósito da sepultura dos defuntos e da conservação das (...) cinzas da cremação. Disponível em:<http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20160815_ad-resurgendum-cum-christo_po.html>. Acesso em: 5 nov. 2016.

KÜBLER ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. Rio de Janeiro: Editora Martins Fontes, 1985.



10 de abr. de 2017

Reunião de dirigentes das Associações Laicais Movimentos e Serviços Eclesiais 17 a 19 de março de 2017 Centro de Formação Mariápolis Ginetta - Vargem Grande Paulista, SP

Diversos movimentos eclesiais e associações atenderam ao convite para mais uma reunião (9ª) convocada pela comissão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o Laicato e Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). Os assessores foram a professora Lúcia Pedrosa, PUC-Rio, prof. Francisco Catão. D. Remídio Bohn, bispo de Cachoeira do Sul, RS, um dos assessores da comissão da CNBB para o Laicato também se fez presente e deixou sua mensagem por ocasião das celebrações eucarísticas e outros momentos específicos. O objetivo proposto para o evento foi: “aprofundar a comunhão entre os carismas, em vista de uma eficaz e provocadora revitalização das associações laicais, dos movimentos e serviços eclesiais na Igreja e na Sociedade”. Na reunião foram apresentados e debatidos dois relevantes documentos relativos à missão dos leigos: 1. Documento 105 da CNBB: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do mundo (aprovado na Assembleia Geral de Aparecida, em abril de 2016). 2. Carta Iuvenescit Ecclesia (a Igreja rejuvenesce), sobe a relação entre os dons hierárquicos e carismáticos (promulgado pela Congregação da Doutrina da Fé na Solenidade de Pentecostes em 2016). Na primeira apresentação, a Prof.ª Lúcia Pedrosa, mostrou a estrutura do documento, dividido em três grandes temas: a. O mundo atual – esperanças e angústias; b. O sujeito eclesial: cidadãos e discípulos missionários; c. A ação transformadora na Igreja e no mundo. A passagem evangélica que, por partes, ilumina cada subtema: “Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor?” (Mt 3, 13). O leigo é o sal da terra: O sal dá sabor, cauteriza as feridas e preserva da corrupção. O documento se concentra na missão do leigo “como verdadeiro sujeito eclesial” (n. 1). Ele é sujeito na vida interna da Igreja e na ação no mundo à luz dos valores do Evangelho. Sua “vocação própria é administrar e ordenar as coisas temporais em busca do Reino de Deus” (n.5). Sua tarefa como sujeito eclesial na sociedade é abrangente: “sua primeira e imediata tarefa é o vasto e complicado mundo da política, da realidade social, da economia, da cultura, das ciências e das artes, etc” (n.6). “Seu mandato de caridade alcança todas as dimensões da existência, todas as pessoas, todos os ambientes da convivência e todos os povos. Nada do humano pode lhe parecer estranho.” (Papa Francisco, Evangelium Gaudium, EG, 2013, n. 181). Cabe ao leigo também “participar na ação pastoral da Igreja” (n.7), como “verdadeiros sujeitos eclesiais” (n.10). O documento apresenta alguns desafios em relação à inserção no mundo e ao discernimento. É preciso superar a atitude negativa em relação ao mundo. Para isso há necessidade de discernimento. Não são as modernas tecnologias que são ruins, mas a forma e finalidade com que a usamos. As formas cada vez mais sofisticadas de comunicação instantânea não são ruins em si mesmas, pois podem ser usadas para a Evangelização. No entanto, podem se tornar meios de dependência sempre mais acentuada de modo que prejudique a pessoa e interfira nas relações humanas. Ainda falta conscientização sobre a autêntica missão do leigo, que o Papa Bento XVI assim apresenta:
 “A corresponsabilidade exige uma mudança de mentalidade, relativa, em particular, ao papel dos leigos na Igreja, que devem ser considerados não como ‘colaboradores’ do clero, mas como pessoas realmente ‘corresponsáveis’ do ser e do agir da Igreja. Por conseguinte, é importante que se consolide um laicato maduro e comprometido, capaz de oferecer a sua contribuição específica para a missão eclesial, no respeito pelos ministérios e pelas tarefas que cada um desempenha na vida da Igreja, e sempre em comunhão cordial com os bispos” (Bento XVI, no Foro Internacional da Ação Católica, 2012) A presença muito tímida na sociedade tem sido preocupação da Igreja, especialmente abordada pelo Papa na EG n. 81ss. Ele ressalta, sobretudo, a falta de engajamento e uma espécie de fuga do comprometimento cristão: “Quando mais precisamos dum dinamismo missionário que leve sal e luz ao mundo, muitos leigos temem que alguém os convide a realizar alguma tarefa apostólica e procuram fugir de qualquer compromisso que lhes possa roubar o tempo livre.” (Papa Francisco, 2013, n. 81). Mas não é só o reconhecimento da missão do leigo como tal que vai tornar a Igreja mais dinâmica e mais coerente com sua autoimagem de Povo de Deus, de Igreja em saída. É preciso que o próprio leigo se prepare e assuma esta missão. As referências deste desafio foram abordadas no Documento de Aparecida (processo de formação dos discípulos missionários, n. 276ss). Outro momento de estudo e reflexão foi orientado pelo prof. Francisco Catão (na época do Concílio Vaticano II, era estudante de Teologia em Roma o que lhe permitiu participar como ‘ouvinte’ dos debates dos teólogos assessores do Concílio). O prof. Catão esclareceu a terminologia “Povo de Deus”, paradigma eclesiológico do Concílio Vaticano II, mas que muitas vezes é atribuída apenas aos leigos, acentuando uma Igreja dividida. Segundo Catão, a Igreja é Povo de Deus, porém, Povo de Deus ordenado, ou seja, onde há funções próprias de acordo com o modo de pertença. Há diferenças entre leigos e clérigos, porém, todos estão a serviço da mesma Igreja, o que constitui o laço de unidade da Igreja. A comissão do documento 105 também teve o cuidado de afirmar este conceito: “Todo o Povo de Deus, leigos, vida consagrada, diáconos, presbíteros e bispos, caminhando para a realização da plenitude do Reino.” (D. Leonardo U. Steiner, Doc. 105, introdução). Aqui cabem também as palavras do Papa Francisco: “É através do Batismo que nós somos introduzidos neste povo, através da fé em Cristo, dom de Deus que deve ser alimentado e crescer em toda a nossa vida.” (Audiência geral, 12/06/2013). Segundo a carta Iuvenescit Ecclesia (IE), a diversidade de carismas (dons divinos) é ação do Espírito Santo. Nos últimos anos, a Igreja foi enriquecida com multiformes agregações eclesiais: “Tanto antes como depois do Concílio Vaticano II, surgiram numerosas agregações eclesiais que constituem uma grande fonte de renovação para a Igreja e para a urgente «conversão pastoral e missionária»6 de toda a vida eclesial.“ (IE n.2) Os dons hierárquicos e dons carismáticos são igualmente relevantes para a vida e dinâmica da Igreja: João Paulo II (1998), disse: “Repetidas vezes sublinhei que na Igreja não existe contraste nem contradição entre a dimensão institucional e a dimensão carismática, da qual os Movimentos são uma expressão importante. Tanto uma como outra são co-essenciais na constituição divina da Igreja fundada por Jesus, uma vez que concorrem conjuntamente para tornar presente o mistério de Cristo e a sua obra salvífica no mundo”1 Bento XVI confirma o seu antecessor e acrescenta a necessidade de um certo ordenamento das novas realidades eclesiais. “Ambas as dimensões, originárias do Espírito Santo através do Corpo de Cristo, concorrem conjuntamente para tornar presente o mistério e a obra salvífica de Cristo no mundo”.2 O prof. Catão chamou a atenção para o fato que Papas anteriores se terem preocupado com a interpretação do Concílio e agora, com o Papa Francisco, vivemos um momento histórico, pois a principal preocupação é viver o Concílio. O principal, segundo ele, é não entender a Igreja como hierarquia à qual pertencem leigos, mas comunhão de pessoas livres, comunhão de homens e mulheres, presidida por Jesus e animada pelo Espírito Santo. Houve um debate intenso e compartilhamento em grupos sobre o documento 105, sobre os leigos e leigas, e diversas referências quanto a ações concretas durante o Ano do Laicato, 2017 – 2018, com início e fim marcados para a Festa de Cristo Rei, Dia do Laicato. Os debates resultaram em questionamento para todos os Movimentos e Serviços Eclesiais: Como compartilhar e viver os temas abordados nos documentos estudados em cada realidade? Como viver na prática o Ano do Laicato em sua associação / movimento, na Igreja local?

Curitiba, 25 de março de 2017.

Geni Maria Hoss

8 de abr. de 2017

SUS, política pública de Estado a ser articulada com eficiência!

O SUS depende de uma gestão articulada em nível municipal, estadual e federal! Dá para desconfiar por que tantos problemas? Um país onde situação x oposição aprenderam atirar pedras um no outro em vez de ambos se uniram e, segundo suas próprias visões, se engajarem pela concretização qualificada das políticas públicas de Estado, não é preciso esperar outro resultado. Políticas públicas de Estado são para ser cumpridas, qualquer seja a orientação política.

Vacinas: febre amarela e mais

Alguém conhece um chá poderoso para aumentar a compreensão? Preciso urgentemente! Quer dizer que tomamos até agora duas doses de vacina contra a febre amarela só porque os laboratórios fabricavam em grande escala? Mas não é necessário, segundo a OMS. Meu e seu dinheiro, em vez de garantir acesso rápido à saúde, sem fila no SUS, foi usado para esvaziar o estoque dos laboratórios? Só posso estar sofrendo de "incompreendicite". ... Tem vacina para isso?

2 de abr. de 2017

Questionando a ética nas redes sociais e meios de comunicação

É cada vez mais frequente e sempre mais ofensiva a propagação de notícias falsas e montadas a partir de um fundamentalismo tal que não reconhece mais limites éticos. Realidade que só prova o quão intolerante a sociedade se tornou. É um fenômeno mundial, mas o que difere aqui é a lentidão de tal comportamento não ser devidamente avaliado e chamado à responsabilidade pelas consequências. Não é proibido manifestar a opinião própria, mas ela precisa sustentar-se em fatos reais e comprovados e não em montagens e falsidades. Quanto abuso no uso da imagem, quantas palavras verdadeiramente ofensivas, quanta intolerância com o comportamento e opções do outro. Notícias que chocam.... chocam quem? Os intolerantes? Os desrespeitosos? Oxalá, encontremos um caminho de educação para a  tolerância, respeito e até admiração pelo diferente. Deixemos de lado a ditadura do pensamento travestida de um discurso pretensamente democrático. Já cansamos de ouvir em debates, antes de qualquer parte se posicionar, se é que foram convidadas mais que uma parte, que ser moderno é isto ou aquilo, o resto é tabu, é retrógrado. Quem quer ser este último? Pronto, se alguém não pensa de um modo, já está excluído... Assim, diante das câmeras parece que é moderno, inteligente.... pensar de um único modo, aquele modo ditado pelo apresentador e todo aparato por detrás dele. Seria preciso apenas desligar um botão...mas como ter forças para isto se o tema, da maneira que é apresentado aguça a curiosidade, mesmo que no final nada de novo acrescenta?