1 de jan. de 2017

A paz brota no coração, mas seus ramos devem estender-se a todo orbe!

"A não-violência como estilo de política para a paz" - "Gewaltlosigkeit: Stil einer Politik für den Frieden." “Non-violence as a style of politics for peace” [...] "A não-violência ativa é uma forma de mostrar que a unidade é, verdadeiramente, mais forte e fecunda do que o conflito. No mundo, tudo está intimamente ligado. Claro, é possível que as diferenças gerem atritos: enfrentemo-los de forma construtiva e não-violenta, de modo que «as tensões e os opostos [possam] alcançar uma unidade multifacetada que gera nova vida», conservando «as preciosas potencialidades das polaridades em contraste»" (Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial da Paz, 1.º jan. 2017).
"O importante é a paz no coração", talvez mais: é importantíssimo!!! Mas não só. Esta afirmação tão rica em conteúdo pode não passar de um subterfúgio para acomodar-se na zona de conforto. A paz do coração deve transbordar e alcançar todo o mundo! Como assim se não sou presidente de uma das grandes potências mundiais, se não sou líder de uma instituição internacional? As intolerâncias com o gênio diferente, as intolerâncias com as opções ideológicas políticas ou outras, as intolerâncias inclusive para quem tem a coragem de se afirmar em seus valores humanos fundamentais, pode ser decorrente de um coração em paz? Temos muito a fazer pelo respeito fraterno... E são estes gestos de respeito e amor ao próximo que, multiplicados e ampliados para as esferas maiores, possibilitam a paz no mundo! A polarização doentia é que gera os conflitos de cada dia. Pensar diferente, pensar muito diferente, não é o problema, o problema é quando se cometem verdadeiros crimes ao desclassificar o outro para afirmar a supremacia do próprio pensamento. Vejam quantos, inclusive pessoas que, pelo seu conhecimento, pela sua representatividade eclesial e social, deveriam ser expoentes da unidade, adotam as mesmas expressões criminosas: "ele / ela é muito burra mesmo", "quanta ignorância", "só podem estar loucos"... etc. Primeiro, desculpe, animais burros, que vocês não merecem, segundo, a ignorância por falta de conhecimento não seria exatamente uma expressão pejorativa, terceiro, louco, quem não é ao menos um pouco? O problema consiste justamente no contexto que se usa e o que significa diante de uma lei que acolhe de igual modo todas as expressões de pensamento, religiosas, filosóficas e políticas. Os grandes defensores da democracia por vezes não passam de ditadores do pensamento único. Com um discurso bem articulado conseguem admiradores, porém, isso não minimiza a postura inadequada. Paz no coração e paz no mundo!

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