ÉTICA E
COMUNICAÇÃO
Geni Maria Hoss[1]
Introdução[2]
Um dos
maiores desafios no campo da comunicação hoje é entender os meios de
comunicação social[3]
como um serviço à sociedade e não como um negócio que visa unicamente a
obtenção de lucros, a serviço de grupos econômicos ou políticos. “A chave para a atual dinâmica midiática é a autopromoção
para a venda de si próprio”[4].
Os meios de comunicação, em muitos
casos, de instrumentos de informação se tornaram meios de obtenção de lucros e
disseminação de ideologias, carecendo de princípios éticos e valores de
promoção da vida e convivência humana, essenciais para a constituição de uma
sociedade capaz de criar condições de bem estar a todos os cidadãos.
Quando se fala de ética na comunicação, fala-se da contribuição
dos meios de comunicação para a construção de uma sociedade justa e solidária.
Esta está sobremaneira pautada na verdade e na solidariedade. O suporte, portanto, diz respeito a todos os
segmentos da sociedade, sendo as comunidades de fé importantes instâncias que
contribuem com o conjunto. Aqui se trata, sobretudo, do ensinamento da Igreja
Católica na área da comunicação relacionado aos seus próprios meios de
processos de comunicação, ao mesmo tempo que são importante contribuição para
toda a sociedade.
1.
Ética no
âmbito da comunicação
A Igreja afirma e defende[5]
o bem estar do ser humano integral, tanto na sua dimensão individual como
comunitária, como sentido último dos meios de comunicação. “O único horizonte aceitável é aquele do bem
comum, de maneira que a posse e o acesso aos bens culturais promovidos por meio
da mídia inspirem o valor humano da justiça[6]”.
Os meios de comunicação são um serviço à pessoa e à comunidade e, como tal, têm
especial relevância no processo social que visa “colocar todos os indivíduos na
condição de serem sujeitos conscientes e livres”[7].
Os meios de comunicação deve manter sua condição de serem meios e não fins (econômicos) em si mesmo.
Em todas as três áreas da mensagem, do
processo, das questões estruturais é sempre válido um princípio moral
fundamental: a pessoa e a comunidade humana são o fim e a medida do uso dos
meios de comunicação social. Um segundo
princípio é complementar ao primeiro: o bem das pessoas não pode realizar-se
independentemente do bem comum das comunidades a que pertencem[8].
Portanto, é o bem do ser humano e seu coletivo que deve ser a referência da
missão dos meios de comunicação. Fazer o bem deve ter uma base comum em todos
os tempos e culturas e este, no âmbito da Igreja, consiste no direito à vida e
vida com qualidade em todas as dimensões.
A ética não é termo novo, pois encontramos estudos e reflexões
sobre a mesma em Pitágoras, VI a.C. e mais especificamente em Aristóteles[9].
De acordo com Antônio Lopes de Sá, de forma ampla a ética é “a ciência da
conduta humana perante o ser e seus semelhantes”[10]
no intuito de uma boa convivência e felicidade do ser humano. É ter o bem como referência e finalidade de
conduta: o bem para si mesmo e para os outros. A ética é antiga, mas sua
aplicação é um desafio sempre novo de acordo com o contexto sociocultural de
cada época e lugar. Assim pode-se afirmar que o bem que se quer vai além do bem
próprio e coletivo entre humanos, mas inclui todos os seres vivos. Daí temos de
falar hoje, além da ética da vida humana, de uma ética da responsabilidade
ambiental, relação ética com os animais[11],
etc. O sentido ético impulsiona a fazer o bem e o fazer bem feito, nesse
contexto, em relação aos meios de comunicação social.
A ética da comunicação social é constituída
por um complexo de valores e princípios de comportamento, fundados no
reconhecimento da dignidade pessoal e do bem comum, ordenado a orientar as
ações individuais e coletivas a serviço da justiça e da paz[12].
Aqui trata-se da ética na comunicação que, como as outras áreas,
tem como base e orientação o bem do ser humano e de toda a comunidade. A
comunicação / informação, à luz dos valores cristãos, não se limita a uma
questão legalista e técnica. A verdade vai além da descrição objetiva de fatos
e condições que se apresenta na convivência social. “A ética da comunicação sob
o ponto de vista cristão está fundamentada na transcendência da pessoa e dos
valores humanos, na revelação de Deus ao homem, no Evangelho e nas orientações
da Igreja[13]”.
Importante é considerar o horizonte que ilumina o cristão para o agir ético: “É
um encontro com a verdade da existência, a busca do sentido de vida e do
Absoluto, que inspira, guia e liberta a pessoa”[14].
A própria compreensão da ética como reflexão sobre o comportamento, no âmbito
cristão, é iluminada por referências que contemplam o ser humano de forma
integral, como identificado no próprio Livro Sagrado. “A Bíblia apresenta uma
visão do ser humano na qual a dimensão espiritual é vista juntamente com a
dimensão física, social e histórica do ser humano”[15].
2.
Ética e comunicação no contexto da globalização
O que hoje constitui um fator importante de ver e rever a
ética da comunicação são as novas tecnologias e a globalização dela
decorrentes. Que mudanças estes processos de grande alcance suscitam na vida
pessoal e na vida das comunidades locais?
A globalização é possível graças aos avanços tecnológicos
na área de transportes e comunicação. Países, mercados e culturas se tornam
cada vez mais próximos. Através desses meios são unificados processos
econômicos. Comportamento de consumo é padronizado em nível mundial, mercados
financeiros e de produção são internacionalizados: fusão de grandes empresas,
mobilidade humana acelerada e ampla e ágil comunicação sem fronteiras. Todas as
estas características da experiência humana hoje aparecem de forma mais clara
na ideia da “aldeia global”[16].
A globalização pode ser entendida como “um fenômeno que consegue subjugar tudo
ao sistema econômico vigente: o neoliberalismo do capital e dos sistemas de
produção”[17].
É o mundo regido pela economia, ou seja, o livre mercado que, carecendo de um
mínimo ético, favorece grandes mercados financeiros em detrimento do bem estar
da pessoa e de sua condição socioambiental. Nisso consiste a principal base do
neoliberalismo, que vê o Estado como empecilho e ameaça à iniciativa privada.
A nova porta que se abre implica o
crescimento do âmbito mundial, um sistema que não tem limites e que impõe a
todo o planeta uma mesma maneira de funcionar, por meio de grandes organismos
internacionais de caráter econômico que ditam as diretrizes para as novas políticas
monetária e comercial[18].
No âmbito da comunicação, um dos maiores desafios é lidar
com a tendência do pensamento único, subjugado ao modelo de vida gestado e
imposto pelo poder econômico. Coloca-se aqui a urgente questão: De que forma os
meios de comunicação contribuem para a consolidação sempre maior do pensamento
único ou ainda conseguem respeitar e promover a diversidade ao abordar os
diversos aspectos socioculturais locais? Como os próprios meios de comunicação,
de “meios” de informação passam apenas um negócio a serviço de uma ideologia
econômica ou política deixando em segundo plano os aspectos individuais do ser
humano?
Ao considerar-se o campo das informações (notícias), existe
influência de grandes agências de notícias referenciais. Estas agências de
imprensa internacional (AP, UPI, Reuters, ou France Press – duas
norte-americanas, uma britânica e uma francesa) emitem oito de cada dez
notícias. Elas são, por isso mesmo, excelentes espaços de manipulação de
informações, de acordo com interesses pré-estabelecidos[19].
Os ‘consumidores’ dessas notícias, os meios de comunicação locais e regionais,
a partir dos anos de 1970 iniciaram grandes fusões o que resultou num acelerado
processo global de uniformização dos meios de comunicação. O pensamento único
resultante da homogeneização deste processo leva à perda contínua do pluralismo de informações. A reprodução
das informações, depois de divulgadas pelas fontes originais, acontece
igualmente por grupos que podem impor seus próprios interesses ou se alinhem a
interesses do poder econômico e político. Assim constata-se as inúmeras
referências nos jornais diários a grupos como Financial Times, New York Times,
Le Monde, La Republica, Wall Street Journal, no Brasil, Globo ..., etc.
O grande número de informações que, pelos diversos meios
tradicionais ou novas tecnologias, não significa estar plenamente informado, pois as informações são muitas vezes
seletivas e direcionadas. Dedica-se tempo significativo para a mesma notícia,
muitas vezes sem acrescentar novos detalhes, enquanto outras são breves ou não
cabem na pauta. A aceleração das informações através das novas tecnologias
direciona o investimento de tempo e economia à busca desenfreada das informações,
perdendo muita qualidade em pesquisa e aprofundamento. Essa condição de grande
volume de informações repetidas é definida como obesidade mental[20].
Tem-se muitas informações, mas pouca formação, ou seja, a grande quantidade de
informações não leva necessariamente a uma reflexão mais apurada e tomada de
atitude perante o informado, confrontando-as com valores e critérios éticos
próprios. Usando o termo obesidade mental,
o prof. Dr. Andrew Oitke, faz referência à overdose de informações vazias e
suas possíveis consequências, muitas vezes em forma de estímulo à violência e
pornografia, entre outros.
As novas tecnologias diversificaram os meios de
comunicação. Os meios tradicionais têm agora um desafio maior, o de permanecer
no mercado. A internet se tornou um meio eficiente e ágil de comunicação,
desafiando os demais maios tradicionais, jornal, TV, rádio, etc. Pode-se
afirmar que não se sobrevive mais atualmente sem aliar os meios de comunicação
tradicionais com as diversas formas de comunicação digital – eletrônica.
Em qualquer meio – tradicional ou de novas tecnologias TICs
- os desafios éticos se colocam principalmente a partir do desvio da dignidade
da pessoa e seu meio para o objeto econômico. Igualmente é preciso considerar
neste contexto as estratégias de
manipulação que conflitam com o direito de ser informado com verdade e
respeito. A opinião pré-fabricada pelos meios de comunicação, a partir de suas
fontes e dos próprios propósitos da empresa, menospreza a liberdade e autonomia
de pensar e formular juízos de quem está do outro lado. Ela também pode
pautar-se nas diferentes vulnerabilidades do público alvo como: a falta de
formação, a necessidade de respostas urgentes para questões críticas da vida,
falta de sentido de vida, a educação deficitária para o exercício da autonomia
e cidadania. Sensacionalismo, parcialidade, enfoques propositais são alguns
artifícios que permitem direcionar as informações que atendam interesses de
grupos específicos e não a informação objetiva e completa para o público alvo.
3.
Ética e liberdade de expressão
“É de fundamental importância garantir a liberdade de
expressão que permita a informação livre, sem coações de ordem política,
econômica, ideológica e religiosa[21]. A liberdade é um direito de todos e, por isso,
também um grande desafio ético nas diversas esferas da sociedade. Ela é em
primeiro lugar expressão da dignidade humana. A liberdade é um direito
fundamental, mas igualmente inclui a dimensão da responsabilidade do ser humano
em relação a si próprio e ao outro, ou seja, trata-se da responsabilidade pelo
bem estar pessoal e bem estar comum.
O
princípio universal que estabelece a liberdade de expressão no convívio humano
é um bem precioso. A adoção desse princípio garante a condição indispensável
para a construção de uma sociedade que tenha na paz, na justiça e no bom
relacionamento sua principal meta política. As mídias têm um papel destacado na
missão de informar e denunciar os desmandos sociais, permanecendo livres de
coerções e de qualquer tipo de censura[22].
Em nível internacional, a liberdade de expressão está
garantida pelo artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948: “Toda
pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de
fronteiras”[23].
No Brasil, a
liberdade de expressão está assegurada na Constituição Federal, capítulo I, dos
Direitos e Deveres individuais e coletivos, como segue:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade, segurança e
a propriedade,
nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento,
sendo vedado o anonimato;
VIII - ninguém será privado de direitos por
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença
Art. 220 A manifestação do pensamento, a
criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo
não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de
natureza política, ideológica e artística.
Uma sociedade
que se estrutura a partir da centralidade do ser humano prima pelos espaços de
liberdade, mas sempre em profunda relação da responsabilidade e deveres que a
ela correspondem. “A primazia da verdade abriu caminho para a primazia da
liberdade de expressão, entendida como a possibilidade absoluta de expressar nos
meios de tudo aquilo que se pensa sem passar pelo filtro da razão[24]”.
Mas devemos sempre estar cientes de que “nenhuma
liberdade, nem sequer a liberdade de expressão é absoluta: com efeito, ela
encontra o seu limite no dever de respeitar a dignidade e a legítima liberdade
do próximo”[25].
No contexto da comunicação, está na base o cidadão ser
informado de forma correta e completa tanto quando isto é possível. É preciso
informar sobre a informação, ou seja, deixar claro que nem sempre se dispõe
sobre a verdade completa de um fato. “Não há engano público quando não há
negligência culpável e há disposição em retificar”[26].
A verdade pode ser resultado de uma busca prolongada, muitas vezes através de
averiguações técnicas (policiais) que independem da emissora de notícias. Mas
nunca, ainda que ela não é conhecida, se pode abdicar da veracidade que “diz
respeito ao que conhecemos, que pode ser mais ou menos acertado. É adequado
informar o que se sabe”[27]
e deixar a questão aberta para ser completada oportunamente.
A liberdade de expressão, portanto, não é absoluta e se dá
no contorno das expressões de dignidade da pessoa e da coletividade. O direito
de ser informado e o dever de informar não pode ser satisfeito às custas de
invasão de privacidade, do direito à imagem e à preservação de dados pessoais.
4.
Meios de comunicação e educação.
Os meios de comunicação podem informar ou desinformar,
dependendo de suas propostas. Os meios de comunicação que prezam pela qualidade
da informação, que resulta objetividade e do conhecimento, potencializam os
processos de educação de uma coletividade. Hoje os diversos meios de
comunicação – as novas mídias – Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)
são utilizados amplamente pelas instituições de educação formal acadêmica. O
modelo tradicional de educação não se sustenta na sociedade atual. Embora,
segundo as condições socioeconômicas de cada lugar, os meios de comunicação
sejam utilizados de forma diferenciada, de alguma forma estão presentes como
importantes meios pedagógicos e como meios de aquisição de novos conhecimentos.
As próprias mídias são instâncias de educação ampla e continuada, o que permite
aos cidadãos acompanhar o compasso do desenvolvimento de sua própria sociedade.
Os modelos de educação, em parte já no presente, e mais seguramente no futuro,
terão como suporte principal as diversas formas de comunicação.
Mediante tão significativa incidência dos meios de
comunicação na sociedade, ressalta-se aqui, portanto, a importância de formação
acadêmica profissional adequada dos profissionais de comunicação. O
conhecimento, o compromisso com a verdade, o exercício da profissão pautado na
ética profissional são fatores determinantes para os meios de comunicação.
O caráter
educativo dos meios de comunicação abrange todas as áreas de programação,
documentários, filmes humor ... A educação pode e deve ser abordada de diversas
formas até porque não se reduz a aquisição de novos conhecimentos. Ela implica
em valores humanos relacionados à própria pessoa, mas também ao ambiente onde vive.
As diversas áreas da comunicação são, portanto, igualmente potencialmente
educativas e requerem respeito à dignidade humana, à sua privacidade de imagem
e dados, direitos autorais, a informações corretas sobre sua pessoa, sua
atividade e sua expressão, etc. ... Os meios de comunicação sérios e
responsáveis não abrem mão de uma ética própria, mesmo que as tendências
apontem para uma total desordem nesta área em virtude do amplo acesso às
diferentes mídias e à possibilidade de aparente anonimato Igualmente a corrida
pela velocidade e o inédito não podem ser armadilhas para a falta de ética e
superficialidade.
5.
Ética, comunicação e publicidade
Existe uma relação direta entre meios de comunicação e
publicidade. São eles os meios que tornam público o objeto em questão. Este
pode ser conteúdo, evento, produto... É, sobretudo, esta relação que justifica
a importância de inclui-la como item específico numa abordagem sobre os
desafios éticos da comunicação social. Fundamentalmente a publicidade tem o
objetivo de informar e persuadir. “Uma publicidade é
apenas um anúncio público que se destina a transmitir informações, a atrair a
clientela ou a suscitar uma determinada reação. Isto significa que a
publicidade tem dois objetivos essenciais: informar e persuadir”[28]. Ela
exerce forte impacto sobre a sociedade ao incidir sobre comportamentos e, em
muitos casos também, sobre o estilo de vida.
A publicidade tem um impacto indireto, mas
poderoso na sociedade através da influência que exerce sobre os meios de
comunicação. Numerosas publicações e produções de rádio e de televisão dependem
das receitas publicitárias. É o caso, com frequência, quer dos meios de
comunicação religiosos, quer comerciais[29].
Em princípio, a publicidade traz benefícios nos mais
variados campos da sociedade:
¾
No campo econômico, “a
publicidade pode desempenhar um importante papel no processo que permite a um
sistema econômico, inspirado pelas normas morais e sociais do bem comum,
contribuir para o progresso da humanidade”[30].
¾
Com a função de tornar
público, “a publicidade política pode oferecer um contributo à democracia
análogo ao que proporciona ao bem-estar econômico, numa economia de mercado
inspirada por regras morais”[31].
No campo da política, a publicidade presta imenso serviço à democracia “informando
as pessoas acerca das ideias e propostas políticos dos partidos e dos
candidatos, inclusive dos novos candidatos que o público ainda não conhece”[32].
¾
A publicidade tem
especial relevância no mundo da cultura. Os publicitários são geradores de
receitas dos diversos meios de comunicação e, portanto, exercem influência
sobre os mesmos. No sentido positivo, incidem sobre decisões “apoiando as
produções de qualidade intelectual, estética e moral muito elevadas, que têm em
conta o interesse público. De modo particular tem a possibilidade de encorajar
programas que se destinam a minorias”[33].
¾
Também no campo
religioso e moral a publicidade é necessária em vista de uma ampla divulgação
de ações pastorais e humanitárias organizadas pela comunidade eclesial. A Igreja
usa a via da publicidade para comunicar suas mensagens:
Mensagens de fé, de patriotismo, de
tolerância, de compaixão, de assistência ao próximo, de caridade para com os
necessitados, mensagens que dizem respeito à saúde, que educam e estimulam, de
numerosas formas, as pessoas em vista do bem[34].
A meta é sempre tornar conhecido um produto, mensagem,
evento ... por um número maior possível de pessoas. O que de fato o
destinatário da publicidade precisa saber são informações objetivas que
possibilitem uma opção livre e autônoma. Tal como o mundo da comunicação em
geral, também a publicidade pode ser manipuladora e carecer de critérios éticos
mínimos. A serviço de uma economia e política que tenham objetivos adversos ao
bem comum e da pessoa e sua família, ao cuidado do meio ambiente e promoção da
paz em todas as esferas, a publicidade usa metodologias e apelações com
consequências negativas para todos.
Um estudo minucioso sobre a pessoa e seu modo de estar em
sociedade – fornecido por ciências humanas próprias como psicologia, sociologia
...- são a plataforma ideal para as estratégias de publicidade. Vale lembrar:
Desejos humanos não realizados, vulnerabilidades psicológicas e aquelas
decorrentes da condição socioeconômica, conhecimentos insuficientes, o pouco
envolvimento sociopolítico como cidadão são todas condições ideais para
persuasão fácil. Isso porque existe um pressuposto, ou seja, uma busca
constante para satisfazer estas carências. Um produto, uma marca que promete
superar de forma imediata carências e falta de sentido das coisas e da vida,
por exemplo, tem retorno fácil mesmo sendo de alto valor financeiro. A cultura
do descartável, do sempre novo e inovado são outro fator importante para a
publicidade. Para atender o mercado econômico criam-se necessidades através de
apelações sempre mais refinadas. A publicidade - e os próprios meios de
comunicação – não são mais meros espelhos da sociedade, mas formadores de
opinião e opção, pois contribuem substancialmente para um determinado modo de
pensar e decidir.
Discordamos de quantos afirmam que a
publicidade não é mais que o reflexo dos comportamentos e dos valores de uma
determinada cultura. Sem dúvida, a publicidade e os meios de comunicação em
geral têm a função de um espelho. Mas num sentido amplo, este espelho contribui
para modelar a realidade que reflete e, por vezes, projeta uma imagem deformada[35].
O impacto do
poder econômico e político é decisivo na publicidade. Existe uma realidade a
ser considerada por todos os tipos de empresa e instituição. Também as
entidades ligadas às igrejas ou de caráter humanitário estão sujeitas aos
mesmos mecanismos que levantam uma importante questão ética: Como manter-se sem
cair nas ciladas de uma economia selvagem ou ideologia política?
Quanto aos agentes publicitários, eles
procuram alcançar um vasto público. Os meios de comunicação, por seu lado, no
esforço por conquistar o público para os publicitários, devem elaborar os
conteúdos dos seus programas de modo a atrair o tipo de público que eles visam
em função do seu número de da sua composição demográfica. Esta dependência
financeira dos meios de comunicação e o poder que ela confere aos publicitários
comporta sérias responsabilidades para os dois parceiros[36].
A publicidade tem impacto sobre toda a sociedade onde é
veiculada pelo estilo de vida que propõe de forma tão incisiva porque há
contínuas influências reciprocas entre pessoas. A popularização de alguns
comportamentos de consumo impõe-se rapidamente quando um grupo é persuadido a
assumir de forma convencida e convincente as propostas apresentadas.
Até as pessoas que não estão em contato
direto com a publicidade nas suas diferentes formas, se veem, no entanto,
confrontadas com uma sociedade, com uma cultura e com outras pessoas que são
influenciados, positiva ou negativamente, pelas mensagens e técnicas publicitárias
de todos os gêneros[37].
O Papa Paulo VI recomendou que se fizesse uso das técnicas
modernas de publicidade para “valer-se dela para difundirem a mensagem
evangélica de acordo com as expectativas do homem contemporâneo”[38].
Ter consciência crítica, portanto, não é suprimir o uso da publicidade uma vez
que “na publicidade nada é intrinsecamente bom ou mau”[39].
O que importa é saber como usá-la
para o bem, alinhada aos valores evangélicos e como meio de anúncio destes.
Nesta linha de pensamento, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil adverte:
Exorta-se aos
anunciantes que respeitem o direito à liberdade de expressão dos veículos que
patrocinam. Evitem sempre a construção de mensagens publicitárias que
desconsiderem os direitos humanos, deixando de patrocinar programas que ofendam
o direito das crianças e jovens, assim como dos receptores em geral[40].
Mais uma vez é preciso reiterar que cabe aos cidadãos o
efetivo controle dos meios de comunicação seguindo critérios éticos que
garantam a defesa dos direitos assegurados pela Declaração dos Direitos Humanos
e seus desdobramentos nas diversas sociedades.
6.
Ética da comunicação e evangelização.
Esta reflexão cabe especialmente para as instituições
católicas que tem como missão específica de comunicar o evangelho através do
anúncio e da defesa dos valores humanitários tanto da pessoa como da comunidade
como um todo. A Igreja, especialmente a partir do Concílio Vaticano II, quando
reconhece os meios de comunicação como “maravilhosas invenções da técnica”[41],
mostra uma postura aberta e positiva diante destes. Eles são acolhidos e
estimados como excelentes caminhos de evangelização. As novas mídias, ao lado
da responsabilidade ética do seu uso, oferecem possibilidades múltiplas do
anúncio do Evangelho, de promoção e cuidado da vida e suas inter-relações. A
instrução pastoral Communio et progressio[42],
a Igreja afirma a comunicação como fator articulador de suas ações, não podendo
abdicar das vias modernas de comunicação em vista do anúncio do Evangelho nos
tempos atuais.
Para a Igreja, o novo mundo do espaço
cibernético é uma exortação à grande aventura da utilização de seu
potencial para proclamar
a mensagem evangélica. Este desafio está no centro do que
significa, no início do milênio, seguir o mandato do Senhor para
“avançar”: Duc in altum! (Lc 5,4)[43].
Os meios de comunicação da Igreja devem ser escolas para o
complexo sistema de comunicações em toda a sociedade, pois se sustentam nos
valores fundamentais do ser humano. A matriz ética da comunicação consiste em
“respeitar a pessoa e a comunidade humana na sua dignidade e importância, que
jamais podem ser sacrificadas por nenhum interesse”[44].
Para que isto tenha efeito, todo o processo de comunicação deve ter como eixo o
bem da pessoa e da comunidade, portanto, faz-se
necessário observar o valor da pessoa e o
bem comum nas ações comunicativas, que
se concretizam na qualidade das relações interpessoais, na interioridade
espiritual, na beleza, no meio ambiente, na corporeidade, no lúdico, na saúde e
na busca de um estilo de vida saudável[45].
As instituições de
comunicação social ligadas à Igreja, ou porque a ela pertencem diretamente ou
porque se identificam com sua missão, tem especial responsabilidade para que
através delas aconteça de fato evangelização. Não se trata apenas do anúncio
permanente explícito do Evangelho, mas do permanente empenho pela transmissão
de seus valores próprios. Os gestores e suas equipes devem identificar-se com
essa missão mais do que funcionários de uma empresa, pois supõe a vivência
cotidiana e transmissão dos valores decorrentes do anúncio do Evangelho, como
missão primordial da Igreja. Não se é um mero comunicador, mas um discípulo missionário comunicador. A
missão institucional é uma questão de identificação e não de limitação de
liberdades, pois para que se possa efetivamente evangelizar, os critérios devem
pautar-se no respeito à pessoa e seu meio.
Valem, portanto, para todos os meios de comunicação da
Igreja ou, por sua incumbência, identificadas com o anúncio do Evangelho, as
mesmas orientações apresentadas em Aparecida para a área da comunicação: É
preciso
a) Conhecer e valorizar esta nova cultura
da comunicação.
b) Promover a formação profissional na
cultura da comunicação
de todos os agentes e cristãos.
c) Formar comunicadores profissionais
competentes e comprometidos com os valores humanos e cristãos na
transformação evangélica da sociedade, com particular atenção aos
proprietários, diretores, programadores, jornalistas e locutores.
d) Apoiar e otimizar, por parte da Igreja,
a criação de meios de comunicação social próprios, tanto nos setores televisivos e de
rádio, como nos sites de Internet e nos meios impressos;
e) Estar presente nos meios de comunicação
de massa: imprensa, rádio e TV, cinema digital, sites de Internet, fóruns e tantos
outros sistemas para introduzir neles o mistério de Cristo.
f) Educar na formação crítica quanto ao uso
dos meios de comunicação a partir da primeira idade.
g) Animar as iniciativas existentes ou a
serem criadas neste campo, com espírito de comunhão.
h) Suscitar leis para promover nova cultura
que proteja as crianças, os jovens e as pessoas mais vulneráveis, para que a
comunicação não transgrida os valores e, ao contrário, criem critérios
válidos de discernimento.
i) Desenvolver uma política de comunicação
capaz de ajudar tanto as pastorais de comunicação como os meios de comunicação
de inspiração católica a encontrar seu lugar na missão
evangelizadora da Igreja[46].
Para a Igreja, os meios de comunicação são sempre meios e nunca fins, eles são promotores
de aproximação e comunhão. Nisso consiste um grande desafio, pois “os meios de
comunicação, em geral, não substituem as relações pessoais nem a vida
comunitária”[47].
A diversidade de escolha dos meios, a facilidade e agilidade de estabelecer
contatos em todos os níveis de alcance – local e global - não pode suprimir
qualquer forma de vínculo direto nas famílias e comunidades.
Não se trata apenas de comunicar com ética, mas nos meios
de comunicação, que tem o anúncio do Evangelho como missão institucional, é
preciso comunicar com a ética do Evangelho como valor transversal a toda a
programação ou artigos/colunas publicadas.
A ética do Evangelho
fundamenta-se na caridade transformadora da comunicação de Jesus. Ele ensina
que, independentemente de religião, nacionalidade, cultura, língua ou étnica,
os seres humanos têm laços comuns que os unem, seja na própria família, seja na
comunidade internacional[48].
Para que os meios de comunicação da Igreja
tenham de fato relevância, eles devem estar a serviço das mais variadas
realidades humanas tais como: a dignidade da pessoa, a convivência em grupo
social, os direitos humanos fundamentais, o diálogo entre fé e ciência, fé e
cultura, inter-religioso...
Considerações
finais
Quando se trata de comunicação, os desafios
são incontáveis. De um lado, uma importante tarefa na organização de entidades
de comunicação inseridas nas atuais realidades socioeconômicas e, de outro,
fazê-las resistir às pressões de sistemas econômicos e políticos que transgridam
sistematicamente os direitos da pessoa. Evangelizar num ambiente onde os ganhos
financeiros se sobrepõem ao valor da pessoa e de sua inserção comunitária torna
a missão da Igreja ainda mais relevante no campo da comunicação, pois muitas
vezes é o único sinal de esperança para os excluídos do sistema social e,
portanto, menosprezados em sua dignidade, liberdade e autonomia.
A formação de equipes/profissionais de
comunicação com sólidos fundamentos éticos, identificados com a missão de
Evangelização transformadora é uma das grandes urgências da Igreja no campo dos
meios de comunicação. Igualmente é relevante que a Igreja tenha a coragem de
rever sua comunicação intra-eclesial, pois é ela que será eixo norteador do
diálogo com toda a sociedade.
Referências
ARISTÓTELES – Ética a Nicômaco,
Livro I
COMISSÃO Teológica Internacional.
Comunhão e Serviço: A pessoa humana
criada à imagem de Deus, 2004. Disponível em:
<http://www.vatican.va/roman_curia/ congregations/cfaith/cti_documents/rc_con_cfaith_doc_20040723_communionstewardship_po.html>
Acesso em: 25 ago. 2013, n. 9
CONCILIO Vaticano II.
Constituição Pastoral Inter Mirifica, In: VATICANO II. Mensagens,
Discursos, Documentos. Tradução Francisco Catão. 2. ed. São Paulo:
Paulinas, 2011.
CONFERÊNCIA Nacional dos Bispos
do Brasil, Documentos da CNBB 99, Diretório
de Comunicação da Igreja no Brasil. São Paulo: Paulinas, 2014.
CONSELHO Episcopal
Latino-Americano: Documento de Aparecida (DAp): texto conclusivo da V
Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe: 13-31 de maio de
2007. 9. ed. São Paulo: Paulus, 2008, n. 486.
DECLARAÇÃO Universal dos Direitos
Humanos, 10 dez. 1948. Disponível em: http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm.
Acesso em: 15 jun. 2014.
ECHANZ, Aranza; PAGOLA, Juan. Ética Profissional da Comunicação. São
Paulo: Paulinas, 2007.
JOÃO PAULO II aos jornalistas, Grande Jubileu 2000. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/documents/hf_jp-ii_spe_20000604_journalists_po.html.
Acesso em: 10 jul. 2014.
______Mensagem para a 36ª Jornada
Mundial das Comunicações Sociais, Internet:
um novo fórum para a proclamação do Evangelho, n. 2, 12 de maio de 2002.
Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/ messages/ communications/documents/hf_jp-ii_mes_20020122_world-communications
day_po.html. Acesso em: 23 jul. 2014.
PAPA FRANCISCO. Exortação apostólica Evangelii Gaudium –
sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. São Paulo: Paulus; Loyola,
2013.
PAULO VI. Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 1977. Disponível
em: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/messages/communications/ documents/hf_p-vi_mes_19770512_xi-com-day_po.html.
Acesso em: 12 jul. 2014.
PONTIFÍCIO Conselho “Justiça e
Paz” – PCJUSTPAX. Compêndio da Doutrina Social da Igreja. 2. ed. São Paulo:
Paulinas, 2011, n. 416.
PONTIFÍCIO Conselho para as
Comunicações Sociais - PCCS. Ética na
Publicidade. São Paulo: Paulinas, 1997, n. 2.
______Communio et progressio. 1971.
SÁ, Antônio Lopes de. Ética Profissional. São Paulo: Atlas,
2012, p. 3.
[1] Doutora em Teologia, especialista
em bioética, docente em Teologia, área de concentração: comunicação e bioética.
[2] Palestra Ética e
Comunicação, Curso de Locução, Rádio Difusora, Paranaguá, 07/06/2014.
[3] A terminologia “Meios
de Comunicação Social”, na Igreja Católica, foi consolidada no decreto “Inter
Mirifica”, Concílio Vaticano II, 4 de dezembro de 1963.
[4] ECHANZ, Aranza; PAGOLA, Juan. Ética
Profissional da Comunicação. São Paulo: Paulinas, 2007. p. 9.
[5] Cf. COMPÊNDIO da
Doutrina Social da Igreja, 2004, n. 215ss; DOCUMENTO de Aparecida, 2007, n.
407ss; DIRETÓRIO de Comunicação, 2014...
[6] CONFERÊNCIA Nacional dos Bispos do Brasil, Documentos da CNBB 99, Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil. São
Paulo: Paulinas, 2014, n. 115.
[7] CNBB, Diretório de
Comunicação, 2014, n. 115.
[8] PONTIFÍCIO Conselho “Justiça e Paz”. Compêndio da Doutrina Social
da Igreja. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 2011, n. 416.
[9] ARISTÓTELES – Ética a Nicômaco, Livro I
[10] SÁ, Antônio Lopes de. Ética
Profissional. São Paulo: Atlas, 2012, p. 3.
[11] Referências nesta área, entre outros, Hans Jonas, Fritz Jahr.
[12] CNBB, Diretório de Comunicação, 2014, n. 105.
[13] CNBB, Diretório de
Comunicação, 2014, n. 103.
[14] CNBB, Diretório de
Comunicação, 2014, n. 103.
[15] COMISSÃO Teológica Internacional. Comunhão e Serviço: A pessoa...
n. 9
[16] Termo usado por Herbert Marshall McLuhan, professor na Escola de
Comunicações da Universidade de Toronto, na década de 1960.
[17] ECHANZ; PAGOLA, 2007, p. 11.
[18] ECHANZ; PAGOLA, 2007, p. 19
[19]
Cf. PAPA FRANCISCO. Exortação apostólica Evangelii Gaudium – sobre o anúncio do Evangelho
no mundo atual. São Paulo: Paulus; Loyola, 2013, n. 62.
[20] Termo criado pelo prof. Andrew Oitke, catedrático de
Antropologia em Harvard, ao publicar o livro polêmico “Mental
Obesity”, em 2001.
[21] CNBB, Diretório de
Comunicação, 2014, n. 114.
[22] CNBB, Diretório de Comunicação, 2014, n. 198.
[23] DECLARAÇÃO Universal
dos Direitos Humanos, 10 dez. 1948. Disponível em: http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm.
Acesso em: 15 jun. 2014.
[24] ECHANZ; PAGOLA, 2007, p. 73.
[25] JOÃO PAULO II aos jornalistas, Grande
Jubileu 2000. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/documents/hf_jp-ii_spe_20000604_journalists_po.html.
Acesso em: 10 jul. 2014.
[26] ECHANZ; PAGOLA, 2007, p. 74.
[27] Cf. ECHANZ; PAGOLA, 2007, p. 74.
[28] PONTIFÍCIO Conselho
para as Comunicações Sociais - PCCS. Ética
na Publicidade. São Paulo: Paulinas, 1997, n. 2.
[29] PCCS,
1997, n. 3.
[30] PCCS,
1997, n. 5.
[31] PCCS,
1997, n. 6.
[32] PCCS,
1997, n. 6.
[33] PCCS,
1997, n. 7.
[34] PCCS,
1997, n. 8.
[35] PCCS,
1997, n. 3.
[36] PCCS,
1997, n. 3.
[37] PCCS,
1997, n. 4.
[38] PAULO VI. Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações
Sociais 1977. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/messages/communications/documents/hf_p-vi_mes_19770512_xi-com-day_po.html.
Acesso em: 12 jul. 2014.
[39] PCCS, 1997, n. 9.
[40] CNBB, Diretório de
Comunicação, 2014, n. 205.
[41] CONCILIO Vaticano II. Constituição Pastoral Inter Mirifica, 1963. In: VATICANO
II. Mensagens, Discursos, Documentos. Tradução Francisco Catão. 2. ed. São
Paulo: Paulinas, 2011.
n. 1.
[42] Cf. PCCS. Communio et progressio. 1971.
[43] JOÃO PAULO II, Mensagem para a 36ª Jornada Mundial das Comunicações
Sociais, Internet: um novo fórum
para a proclamação do Evangelho, n. 2, 12 de maio
de 2002. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/messages/communications/documents/hf_jp-ii_mes_20020122_world-communications-day_po.html.
Acesso em: 23 jul. 2014.
[44] CNBB, Diretório de
Comunicação, 2014, n. 111.
[45] CNBB, Diretório de
Comunicação, 2014, n. 111.
[46] CONSELHO Episcopal Latino-Americano: Documento de Aparecida (DAp): texto
conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe:
13-31 de maio de 2007. 9. ed. São Paulo: Paulus, 2008, n. 486.
[47] DAp, 2008, n. 489.
[48] CNBB, Diretório de
Comunicação, 2014, n. 218.
Nenhum comentário:
Postar um comentário