26 de mar. de 2018

O nascimento da sustentabilidade...


Quando se fala do neologismo sustentabilidade existem menções ao termo, embora bastante vagas, já no ano de 1560, na Saxônia, Alemanha. Portanto, desde esta época conhece-se o termo “Nachhaltigkeit”. O movimento das grandes potências marítimas como Espanha e Portugal acenderam uma luzinha para a questão dos recursos naturais, particularmente, das florestas na Europa. 
Porém, a ideia tomou corpo somente com Hans Carl von Carlowitz (1645 – 1714) que, ao visitar diversos países europeus, constatou também lá o conhecido problema da exploração das florestas, na Alemanha. Este se multiplicava em diversos países da região. Com sua obra Sylvicultura oeconomica, em 1713, ele apresenta a necessidade da gestão das florestas sustentáveis. Sua recomendação se tornou a pedra fundamental da administração das florestas:  “Só devem ser derrubadas tantas árvores quantas possam crescer novamente”.[1]
 Mas qual a situação da qual emerge o problema da escassez de madeira?

Naquela época a madeira foi a principal matéria-prima, que não era usada apenas para a construção, porém como combustível para cozinhar e aquecer. A matéria-prima era também indispensável para muitos processos de produção pré-industrial e construção de navios. O resultado foi o desmatamento e devastação de grandes áreas de mata na Europa. A Alemanha, na época, estava menos arborizada do que hoje. Também a mineração dependia da madeira. A mineração de prata nos Erzgebirge [montanhas] que, na época, era a espinha dorsal da economia da Saxonia, estava ameaçada. Isto não por falta de minério de prata, porém pela rápida diminuição [da madeira]. (Lexikon der Nachhaltigkeit, 2015, tradução nossa)[2]

 O termo nachhaltig (sustentável) foi traduzido no decorrer do século 19 em diversas línguas com vários acentos (sustainable, durable; duraturo). Na dinâmica da exploração da matéria-prima se pode ter as posturas distintas: uso planejado segundo recuperação natural, organizar e promover processos de recuperação, produzir as matérias-primas para substituir as extintas. Por longos anos, a sustentabilidade se concentrou na gestão das florestas como matéria-prima para diversos usos.




[1]  Es sollte nur so viel Wald geschlagen werden, wie wieder nachwächst. 
[2] Holz war damals der wichtigste Rohstoff, der nicht nur zum Bauen gebraucht wurde, sondern auch Energieträger zum Kochen und Heizen war. Auch für viele vorindustrielle Produktionsprozesse und den Schiffbau war der Rohstoff unabdingbar. So kam es, dass weite Flächen in Europa entwaldet wurden und verödeten. Deutschland war damals weit geringer bewaldet als heute. Auch der Bergbau war auf Holz angewiesen. Der Silberbergbau im Erzgebirge, seinerzeit das wirtschaftliche Rückgrat Sachsens, war in seiner Existenz bedroht. Dies war nicht etwa aus Mangel an Silbererz der Fall, sondern wegen der sich schnell verschärfenden Holzknappheit.“

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