Quando se fala do neologismo sustentabilidade existem menções ao
termo, embora bastante vagas, já no ano de 1560, na Saxônia, Alemanha. Portanto,
desde esta época conhece-se o termo “Nachhaltigkeit”. O movimento das grandes
potências marítimas como Espanha e Portugal acenderam uma luzinha para a
questão dos recursos naturais, particularmente, das florestas na Europa.
Porém, a ideia tomou corpo somente com Hans Carl von Carlowitz (1645 – 1714) que, ao visitar
diversos países europeus, constatou também lá o conhecido problema da exploração das
florestas, na Alemanha. Este se multiplicava em diversos países da região. Com sua obra Sylvicultura oeconomica, em 1713, ele
apresenta a necessidade da gestão das florestas sustentáveis. Sua recomendação
se tornou a pedra fundamental da administração das florestas: “Só devem ser derrubadas tantas
árvores quantas possam crescer novamente”.[1]
Mas qual a situação da qual emerge o problema
da escassez de madeira?
Naquela época a madeira foi a principal matéria-prima, que
não era usada apenas para a construção, porém como combustível para cozinhar e
aquecer. A matéria-prima era também indispensável para muitos processos de
produção pré-industrial e construção de navios. O resultado foi o desmatamento
e devastação de grandes áreas de mata na Europa. A Alemanha, na época, estava
menos arborizada do que hoje. Também a mineração dependia da madeira. A
mineração de prata nos Erzgebirge [montanhas] que, na época, era a espinha
dorsal da economia da Saxonia, estava ameaçada. Isto não por falta de minério
de prata, porém pela rápida diminuição [da madeira]. (Lexikon der Nachhaltigkeit, 2015, tradução nossa)[2]
O termo nachhaltig
(sustentável) foi traduzido no decorrer do século 19 em diversas línguas com
vários acentos (sustainable, durable; duraturo). Na dinâmica da exploração da
matéria-prima se pode ter as posturas distintas: uso planejado segundo
recuperação natural, organizar e promover processos de recuperação, produzir as
matérias-primas para substituir as extintas. Por longos anos, a
sustentabilidade se concentrou na gestão das florestas como matéria-prima para
diversos usos.
[1] Es
sollte nur so viel Wald geschlagen werden, wie wieder nachwächst.
[2] „Holz
war damals der wichtigste Rohstoff, der nicht nur zum Bauen gebraucht wurde,
sondern auch Energieträger zum Kochen und Heizen war. Auch für viele
vorindustrielle Produktionsprozesse und den Schiffbau war der Rohstoff
unabdingbar. So kam es, dass weite Flächen in Europa entwaldet wurden und
verödeten. Deutschland war damals weit geringer bewaldet als heute. Auch der
Bergbau war auf Holz angewiesen. Der Silberbergbau im Erzgebirge, seinerzeit
das wirtschaftliche Rückgrat Sachsens, war in seiner Existenz bedroht. Dies war
nicht etwa aus Mangel an Silbererz der Fall, sondern wegen der sich schnell
verschärfenden Holzknappheit.“
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