Quando se fala do neologismo sustentabilidade existem menções ao
termo, embora bastante vagas, já no ano de 1560, na Saxônia, Alemanha. Portanto,
desde esta época conhece-se o termo “Nachhaltigkeit”. O movimento das grandes
potências marítimas como Espanha e Portugal acenderam uma luzinha para a
questão dos recursos naturais, particularmente, das florestas na Europa.
Porém, a ideia tomou corpo somente com Hans Carl von Carlowitz (1645 – 1714) que, ao visitar
diversos países europeus, constatou também lá o conhecido problema da exploração das
florestas, na Alemanha. Este se multiplicava em diversos países da região. Com sua obra Sylvicultura oeconomica, em 1713, ele
apresenta a necessidade da gestão das florestas sustentáveis. Sua recomendação
se tornou a pedra fundamental da administração das florestas: “Só devem ser derrubadas tantas
árvores quantas possam crescer novamente”.
Mas qual a situação da qual emerge o problema
da escassez de madeira?
Naquela época a madeira foi a principal matéria-prima, que
não era usada apenas para a construção, porém como combustível para cozinhar e
aquecer. A matéria-prima era também indispensável para muitos processos de
produção pré-industrial e construção de navios. O resultado foi o desmatamento
e devastação de grandes áreas de mata na Europa. A Alemanha, na época, estava
menos arborizada do que hoje. Também a mineração dependia da madeira. A
mineração de prata nos Erzgebirge [montanhas] que, na época, era a espinha
dorsal da economia da Saxonia, estava ameaçada. Isto não por falta de minério
de prata, porém pela rápida diminuição [da madeira]. (Lexikon der Nachhaltigkeit, 2015, tradução nossa)
O termo nachhaltig
(sustentável) foi traduzido no decorrer do século 19 em diversas línguas com
vários acentos (sustainable, durable; duraturo). Na dinâmica da exploração da
matéria-prima se pode ter as posturas distintas: uso planejado segundo
recuperação natural, organizar e promover processos de recuperação, produzir as
matérias-primas para substituir as extintas. Por longos anos, a
sustentabilidade se concentrou na gestão das florestas como matéria-prima para
diversos usos.