7 de mar. de 2016

Fé e Política - Antes de tudo, avalie e corrija sua própria opção polítca! Vença pela qualidade e não pelo crime da discriminação do diferente!

Em tempos de confusão e incertezas políticas, várias pessoas me perguntaram qual seria a posição da Igreja Católica a respeito. Bem, algumas pessoas já vinham com exemplos de posicionamentos definidos. Se a pergunta é o posicionamento da Igreja numa abordagem tão aberta como foi, então não se pode generalizar opiniões particulares. Então a questão é diferente, seria uma constatação objetiva de quais posições existem na Igreja sem que estas sejam necessariamente resultado de uma orientação dela. 
A Igreja não indica posição política, mas vê sua tarefa de formação para o exercício da cidadania também na polítca. Defende que devemos estar atentos, pois existe um perigo de polarização se acreditarmos que um partido - qualquer que seja - representa absoluta ou plenamente os valores cristãos humanitários. Esta convicção levada às últimas consequências - com uma boa dose de passionalidade - leva à intolerância e não a um engajamento político profético e transformador. A opção pelo melhor que se identifica segundo os valores humanos não precisa de unilateralidade ideológica, mas de crítica para que procure melhorar sempre e não perder de vista o horizonte do bem comum, mesmo que inserido numa estrutura corrupta e corruptora, desumana e desumanizadora... Por que não se mantêm os ideais e as propostas tão benéficas que se fazem enquanto ainda "de fora"? Por que a inclusão no sistema derruba tantas propostas e destrói tantos sonhos? Antes de sair destruindo e discriminando criminosamente o adversário, o oposto, o cristão começa por avaliar criticamente suas próprias propostas, engaja-se para que se sustentem no sistema e melhorem sempre mais. Se falamos da posição da Igreja, falamos da Doutrina Social da Igreja:
"As instâncias da fé cristã dificilmente são assimiláveis a uma única posição política: pretender que um partido ou uma corrente política correspondam completamente às exigências da fé e da vida cristã gera equívocos perigosos. O cristão não pode encontrar um partido plenamente às exigências éticas que nascem da fé e da pertença à Igreja: a sua adesão a uma corrente política não será jamais ideológica, mas sempre crítica, a fim de que o partido e o seu projeto político sejam estimulados a realizar formas sempre mais atentas a obter o verdadeiro bem comum, inclusive os fins espirituais do homem (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 2004,  n. 573).

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