7 de dez. de 2015

Fé e Sustentabilidade

"Todas as afirmações da centralidade do ser humano na criação não representam o isolamento e sobreposição inconsequente, mas justamente a sua integração no todo do meio ambiente, por reconhecer sua responsabilidade derivada da ordem da criação. Ser outro não significa ser fora de, mesmo na ordem da fé uma vez que o próprio Criador colocou um modo de ser e estar no mundo interdependente e complexo na sua criação. É preciso “respeitar as leis inscritas na criação e as relações que derivam da natureza das coisas é princípio de sabedoria e fundamento da moral”* . As transgressões desta ordem estão na raiz do desequilíbrio ecológico em todas as esferas da vida, em última análise, uma transgressão contra o próprio Criador. A ordem, no entanto, constitui-se de forma complexa, ou seja, não é ao todo fechada, desafiando o ser humano na sua tarefa de partícipe dos dinâmicos processos que sustentam a vida no planeta. Por isso, neste sentido as demandas em relação à sustentabilidade do planeta são apelo para conversão. Tudo o que atenta ao projeto original de Deus, manifesto pela ordem intrínseca das coisas criadas, requer reconciliação com Deus que tudo criou com um  sentido próprio e, ao ser humano, confiou os cuidados pelo jardim. Um jardim que tem sua ordem própria e está sempre aberto para o aperfeiçoamento. O senhorio desejado por Deus, nesta ordem, trata de uma relação ética e respeitosa e contribuição efetiva para o equilíbrio ecológico." (Geni Maria Hoss, 2013, http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=539, acesso 04/11/2015)

*CATECISMO da Igreja Católica, 1999. n. 354

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