"Se a relação do ser
humano com o meio ambiente, na perspectiva cristã, se fundamenta essencialmente
na fé criacional, sua raiz e motivação última, um estilo ecoamigável, ou seja,
a práxis decorrente do conteúdo da fé a respeito da criação, requer um
constante diálogo com os atuais paradigmas no campo da ecologia e do cuidado,
ou seja, das ciências naturais e das ciências humanas. Neste estudo se trata de
relacionar a fé criacional com as dimensões inerentes ao conceito de
sustentabilidade, hoje no topo dos debates quando se trata das relações éticas
com o meio ambiente. A sustentabilidade, termo atualmente usado em larga
escala, não é novo, embora, para atender as novas demandas, tenha sido ampliado
e se tornado mais complexo. Vogt, ao fazer referência ao uso da terminologia,
levanta a questão: Sustentabilidade, uma “visão para um novo contrato social ou
um bilhete de desejos sem compromisso”?[1]
Os
bens naturais, especialmente quando se projeta sua carência para um futuro
próximo entram no rol de debates tornando-se causa de conflitos ou então vítimas
de acirradas disputas internacionais. Um grande emaranhado mundial em torno do
petróleo dá conta do complicado processo gerado quando
interesses econômicos se sobrepõem ao bem comum da comunidade humana e do meio
ambiente. Vale mencionar também as questões em torno das florestas, das águas,
do aquecimento global... Elas todas estão interconectadas e somente se forem
consideradas em seu conjunto é possível chegar a um resultado favorável em
vista de um futuro possível. Conflitos de toda a ordem incidem diretamente
sobre a natureza, especialmente no uso inconsequente de armas com grande poder
de destruição". (Geni Maria Hoss, 2013, p. 92)
[1] VOGT, 2010, p. 111: “Vision für
einen neuen Gesellschaftsverlag oder unverbindlicher Wunschzettel?” (Tradução nossa).
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