4 de nov. de 2015

Fé - Espiritualidade - Sustentabilidade

"Se a relação do ser humano com o meio ambiente, na perspectiva cristã, se fundamenta essencialmente na fé criacional, sua raiz e motivação última, um estilo ecoamigável, ou seja, a práxis decorrente do conteúdo da fé a respeito da criação, requer um constante diálogo com os atuais paradigmas no campo da ecologia e do cuidado, ou seja, das ciências naturais e das ciências humanas. Neste estudo se trata de relacionar a fé criacional com as dimensões inerentes ao conceito de sustentabilidade, hoje no topo dos debates quando se trata das relações éticas com o meio ambiente. A sustentabilidade, termo atualmente usado em larga escala, não é novo, embora, para atender as novas demandas, tenha sido ampliado e se tornado mais complexo. Vogt, ao fazer referência ao uso da terminologia, levanta a questão: Sustentabilidade, uma “visão para um novo contrato social ou um bilhete de desejos sem compromisso”?[1]
Os bens naturais, especialmente quando se projeta sua carência para um futuro próximo entram no rol de debates tornando-se causa de conflitos ou então vítimas de acirradas disputas internacionais. Um grande emaranhado mundial em torno do petróleo dá conta do complicado processo gerado quando interesses econômicos se sobrepõem ao bem comum da comunidade humana e do meio ambiente. Vale mencionar também as questões em torno das florestas, das águas, do aquecimento global... Elas todas estão interconectadas e somente se forem consideradas em seu conjunto é possível chegar a um resultado favorável em vista de um futuro possível. Conflitos de toda a ordem incidem diretamente sobre a natureza, especialmente no uso inconsequente de armas com grande poder de destruição". (Geni Maria Hoss, 2013, p. 92)



[1] VOGT, 2010, p. 111: “Vision für einen neuen Gesellschaftsverlag oder unverbindlicher Wunschzettel?” (Tradução nossa).

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