Afinidades
& complementos
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Fritz Jahr[2]
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Albert Schweitzer[3]
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A compaixão:
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“O
filósofo Schopenhauer, que fundamentou a importância especial da sua ética
com base no sentimento de compaixão em relação aos animais, aludiu de maneira
clara ao mundo intelectual indiano [Gedankenwelt]”. (p. 244)
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“Como
primeiro pensador europeu – e ele valoriza que receba esta honra – Arthur
Schopenhauer (1788-1860) anuncia uma visão de mundo no qual está bem viva a
ideia da ligação [proximidade] entre o ser humano com a criatura”. (p. 104).
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“A
distinção exata entre o animal e o ser humano [Mensch], que foi predominante
em nossa cultura europeia até o fim do século XVIII, não pode ser mais
defendida”. (p. 243)
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“No pensamento
chinês e indiano a responsabilidade do ser humano para com a criatura exerce
um papel bem mais importante do que no pensamento europeu.“ (p. 83)
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Criaturas (animais): Um fim/valor em
si mesmo
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“Respeita cada ser vivo essencialmente como um fim
em si mesmo e trata-o, se possível, como tal!”[4].
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“Yang
Dschu[5]combate
o preconceito de que as criaturas existem exclusivamente em função do ser
humano e para seu uso. Sua existência tem um significado e um valor em si
mesmos” (p. 83)
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Francisco de Assis: precursor
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“Na
verdade, a Bioética não é só uma descoberta dos tempos modernos. Um bom
exemplo do
passado
é a figura de São Francisco de Assis (1182-1226) com seu grande amor em
relação aos animais e compaixão por todas as formas de vida, séculos antes do
romanticismo de Rousseau por toda a natureza”. (p. 244)
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A
“fraternidade entre o ser humano e a criatura foi reconhecida por São
Francisco de Assis (1182-1226). Mas as pessoas não entenderam. Elas pensaram
que era poesia. Mas é a verdade. A religião e a filosofia precisam reconhecer
[esta realidade]. Em vão elas resistiram. (p. 116)
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Alicerce cristão
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“Não
matarás!”
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“Felizes
os misericordiosos!”
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“Não
matarás!” ‘Não matarás’. Matar não se refere sempre a algo vivo? Como esse
mandamento não proíbe expressamente o ato de matar só os seres humanos, não
devemos também aplicá-lo para os outros seres vivos, sobretudo, os animais?
(p. 245)
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“E vocês ainda
conseguem acreditar que aquele que fala de si próprio como o “bom pastor” não
sente no coração misericórdia pelos animais? [...] Misericórdia para com os
animais é questão dos cristãos”. (p. 46)
“Tudo o que o Senhor
poderia ter dito sobre os animais está nas bem-aventuranças: ‘Bem-aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!’ (Mt 5,7)”. (p. 46)
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Sofrimento como condição de vida
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“Motivos razoáveis” – o limite estabelecido
pelo “princípio da luta pela vida” – Kampf
ums Dasein - (cf. p. 258).
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A
“imposição da necessidade” – Zwang der Notwendigkeit – (p. 64)
“Segredo
sofrido” – teia alimentar. (p. 110)
Decisão livre.
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Pesquisas com animais
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“Quando
analisamos as publicações da ciência moderna, encontramos imediatamente
estudos semelhantes de seres humanos e animais como objetos de pesquisa na
fisiologia e na psicologia. Hoje, tal igualdade de tratamento não está
reservada, conforme já mencionado, aos seres humanos, porque métodos
similares são aplicados no campo dos animais e, como há uma pesquisa
comparativa anatômico zoológica, são realizadas muitas comparações entre a
alma humana e alma do animal”. (p. 257)
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“Uma
das mais difíceis questões sobe o nosso comportamento em relação às criaturas
surgiu com a ciência moderna. Pesquisa com animais nos permitem fazer
observações sobre as funções da vida para doenças e empregar os processos de
tratamento. Isto permite avanços no conhecimento sobre meios de manutenção da
vida e superação da dor. [...] Também aqui devemos ter responsabilidade [...]
Em que sentido elas têm uma meta e o que pode ser feito para minimizar a
dor.” (p. 72).
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Vida humana x vida animal
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“Quando nutrimos um sentimento
de carinho com os animais, não vamos conter a compaixão e a ajuda para com o
sofrimento da humanidade”. (p. 246)
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“Os
animais são nossos irmãos, os grandes e os pequenos. Só com este
reconhecimento nós alcançamos a verdadeira humanidade”. (p. 116)
“Não
há duas formas de ética, a ética é uma só“. (p. 116)
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A
relação com o universo
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Sem referência específica.
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“Através
de uma atitude ética diante de todas as criaturas alcançamos uma relação
espiritual com o universo” (p. 82)
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Aspectos
pedagógicos
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“Nenhum
ser humano decente [anständiger Mensch] aceitará, sem críticas, que alguém
rude, leviano e inconsequente [Flegel] tire a parte superior das flores com
uma vara enquanto caminha ou que crianças arranquem as flores apenas para jogá-las
fora depois de alguns passos”. (p. 245)
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“Aquele agricultor que colhe milhares de
flores para o alimento de suas vacas deve preservar-se, no caminho para casa,
de colher flores à beira do caminho sem estar sob a imposição da
necessidade”. (p. 78)
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Luta
de touros? - sofrimento animal produzido para entretenimento – (cf. p.112ss)
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A
culpa comum do silêncio ou indiferença ao observamos, por exemplo, transporte
de animais que passam sede e fome. (cf. 78ss)
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“A boa consciência
é uma invenção do diabo!”
(p. 77)
[1]
GOLDIM, José Roberto. Bioética: Origens e Complexidade. In: SOUZA, Ricardo Timm
de; OLIVEIRA, Nythamar Fernandes de. (orgs). Fenomenologia Hoje III – Bioética, Biotecnologia, Biopolítica. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2008, p. 331.
[2] Revista
- Centro Universitário São Camilo - 2011;5(3):242-275
[3]
SCHWEITZER, Albert. Ehrfurcht vor den
Tieren. München: Verlag C.H.
Beck o HG, 2011.
[4]
GOLDIM, José Roberto. Bioética: Origens e Complexidade. In: SOUZA, Ricardo Timm
de; OLIVEIRA, Nythamar Fernandes de. (orgs). Fenomenologia Hoje III – Bioética, Biotecnologia, Biopolítica. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2008, p. 331.
[5]
Filósofo 3.º sec. a.C.
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